terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Daniela, Stella e Cristiana

Daniela, Stella e Cristiana
Sábado passado foi o Dia Internacional de Ganhar Rosas Murchas em Shopping Centers, também conhecido como o Dia Internacional de Receber Mensagens Positivas de PPS ou, ainda, o Dia Internacional de Assistir Comerciais Infames das Lojas Marisa. Para abreviar, o Dia Internacional das Mulheres. Muita gente por aí derrama-se em homenagem ao nosso sexo e eu, sinceramente, não tenho nada contra homenagens. Elas são bem-vindas. Mas ao invés de poeminhas de rimas pobres, acho bacana lembrar de alguns exemplos de mulheres.
Ora, lembrar de exemplos de mulheres neste dia também é algo bastante chavão, né. Tudo bem, a Madre Teresa merece. A Joana D'Arc idem. E merecem a Marie Curie, a Audrey Hepburn e, vá lá, até a Princesa Diana. Mas esses nomes são todos muito grandiosos e, hoje, eu queria fazer uma pequena homenagem a três mulheres que eu conheci pela rede há algum tempinho, e cujos blogs - sim, blogueiras! - são um alento para o meu dia-a-dia. E podem ser para o seu.
Conheci a Daniela há alguns anos, no lançamento do "Balde de Gelo", ótimo livro que ela escreveu ao lado do (não menos ótimo) Marco Aurélio. Pois Daniela hoje tem um blog chamado Enzimas Virtuais onde ela conta tintim por tintim a reviravolta que sua vida teve quando descobriu estar com câncer de mama. Enquanto muita gente nem sequer fala a temida palavra começada com "c" com medo de "pegar" (ó, céus), Dani não tem receio de dar nome a todos os bois, a narrar cada doloroso procedimento, a dividir com os leitores todos os seus medos. E, ao mesmo tempo, consegue fazer um blog viciante e, pasme você, divertidíssimo. Sabe rir das próprias mazelas é uma proeza, e uma característica a ser invejada.
A Stella eu só conheço de trocar comentários curtos, até porque ela é gateira e nós, gateiras, somos uma panelinha de doer. Stella tem um blog, oBlog do Meu Pai, que é, de longe, uma das coisas mais lindas que eu já li. Como naquela música do Pato Fu que diz "faz um tempo eu quis/ fazer uma canção/ pra você viver mais", a autora começa a narrar histórias sobre o pai, que ela perdeu quando adolescente, tudo por medo de esquecer como ele era. Mas ao invés de sair contando os grandes feitos de um pai idealizado, Telinha divide com a gente coisas como "meu pai gostava de cafuné e não gostava do mês de abril" ou "meu pai comprava gladíolos e tortas todo sábado". São detalhezinhos do cotidiano de um homem de carne e osso, pelos olhos da filha que morre de saudades dele.
Já a Cristiana eu nunca conheci, nem virtualmente. Na verdade, só fui chegar até o blog dela ontem (através do blog da Stella, uma coisa linda que puxou outra coisa linda). Para Francisco foi o jeito que a publicitária encontrou de contar ao filho pequeno como foi o pai que ele nunca conheceu - o namorado de Cristiana morreu de repente, dois meses antes do tão esperado bebê chegar ao mundo. O leitor vai mergulhar em uma história triste, é claro, mas cheia de amor, de carinho, de delicadeza. Entre um post e outro, fotos maravilhosas do Francisco (que lembra tanto o pai que chega a dar arrepios), de Cristiana grávida e, claro, do Gui, que tinha uma cara de gente boa que nem sei.
Você aí pode até estar pensando "credo, cada história, eu lá quero ler sobre doença, morte e saudade?". Pois o surpreendente é que, ao terminar a leitura de qualquer um desses blogs, você vai estar com uma vontade doída de sair pra ver o sol, ligar para sua família, e dizer "eu te amo" mais vezes, sem vergonha. E é aí que entra o tal exemplo que Daniela, Stella e Cristiana dão para a gente.

Esqueci de Copiar o autor e o blog.

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