quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Finados


Tem 1 ano e 2 dias que minha avó se foi. De lá pra cá muita saudade.Uma vontade de chegar em sua casa e  vê-la tomando um cafezinho, ir na sua sala e encontrá-la tirando uma soneca na sua poltrona amarela. Saudade da minha avó.


Encontrei no blog da Silmara Franco , uma crônica que retrata bem o dia de hoje. Peço licença pra Silmara, e publico aqui o texto:



Foi no dia de Finados que meus pais se conheceram. Ele gosta de começar a história assim: “No dia dos mortos, dois vivos se encontraram”. Ela morreu no dia dos Namorados. Ainda não compreendi direito a relação que existe entre o amor e a morte. Só sei que no calendário um vem antes do outro.
Nunca visitei o lugar onde as cinzas de minha mãe foram lançadas. Combinamos: ela é quem me visita. Em sonho, roupa, fotografia, receita de panqueca. De tempos em tempos, tomamos um chá da tarde. Mas falta algo nesses encontros. A xícara dela está sempre vazia.
Quando meu irmão mais velho entrou na faculdade, ela descobriu que estava doente. Escondeu a doença dos três filhos. Ao fazer isso, escolheu o caminho mais longo para salvar sua vida e, ao mesmo tempo, o mais curto para o fim dela. Só procurou o médico cinco anos mais tarde, depois da festa de formatura. Teve tantos medos antes disso. De parar de trabalhar, de meu irmão não poder continuar os estudos, num dominó de receios sem sentido. Passados cinco anos daquela festa, a família se reuniu novamente. Desta vez, sem nada para comemorar.
Até hoje meu pai faz poesias para minha mãe. Na sua academia particular de letras, ela é a sua imortal. Sempre que ele vê os netos, lamenta ela não ter conhecido nenhum. Um pesar logo substituído pelas novidades do dia, as eleições, o calor, o livro que ele está lendo. É bom assim. Distração é o melhor remédio para a saudade.
Ontem encontrei o gorro dela, de lã cor de vinho, guardado no meu armário. Ainda tem a borboletinha verde costurada nele, ideia dela para aproveitar o enfeite que caíra de um grampo. Na verdade, o gorro era meu e acabou ficando para ela, que o usava para se aquecer nos dias gelados, já sem cabelos por causa da quimioterapia. Agora ela não precisa mais dele, eu sim. Como é que se põe gorro no coração? Às vezes, o meu sente tanto frio.
***
Aqui no quintal as sementes de ipê brotaram, e a amoreira da rua de cima está carregada. Meu filho aprendeu a escrever, vive me mandando bilhetinhos escrito “eutiadoro”, assim, com i e tudo junto. O machucado do meu dedo já nem dói mais. A filha da minha amiga nasceu e eu acertei fazer moqueca. No dia dos mortos, é bom falar de amor.

domingo, 24 de julho de 2011

Amy is dead

Nunca ouvi o canto do Uirapuru, pássaro encantado daqui da Amazônia. Mas quando ouvi pela primeira vez, a voz maviosa de Amy Winehause fiquei encantada, e silenciosa escutei aquela canção, nem queria saber o que ela estava querendo dizer com a letra, apenas senti a magia.
Não estou exagerando, juro.

Hoje, no mundo todo a notícia: Amy está morta.

Perda para o mundo musical. Perda para os meus ouvidos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poema para você (Palavras de catarro)

Sem nada a dizer, deixo esse poema pra você.

Desaba de manhã,
Como uma grande implosão
esta segunda-feira,
E mesmo com a fiel astenia
Faço-te referências em meu dia.
Há vários dias,
Que estou com você por aqui
Pra você é esse poema tossido,
Palavras de catarro
São para você,
Vírus verbais são para você.
Esse poema é para você
(fique vulnerável)
Esse poema é para você adoecer,
É para você hospitalizar-se
Em meu esquecimento.
É para você apodrecer,
Esse poema é para você morrer.

De Marko da Lama

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O fabuloso destino de Amélie Poulain.

Outro dia, disse ao meu marido que o próximo filme que quero é: O fabuloso destino de Amélie Poulain.
Passeando pelo tio Google, encontrei um texto de Mari Espada, e resolvi posta-lo aqui. É bem o que eu penso.

"Amélie Poulain é o meu refúgio em dias tristes. E confesso ter fugido para o seu mundo muitas vezes nessas últimas semanas, e que vou fugir sempre que precisar redescobrir as pequenas felicidades da vida.
Por isso bateu-me a vontade de escrever sobre esse espetacular filme lançado há 10 anos, mas que é atemporal e conversa com os corações de todas as pessoas em todas as épocas.
Amélie descobrindo o amor.
Como diz o narrador do filme, Amélie é filha de “um refrigerador e uma neurótica”, e assim passou por uma infância incomum. Seu pai era médico, uma pessoa tão fria e avessa a carinhos que o único toque que estabelecia com a filha era através do estetoscópio. Por esse motivo Amélie foi diagnosticada com uma anomalia cardíaca, pois sempre que recebia esse raro toque de seu pai, seu coração disparava de emoção.
Então, devido ao problema de saúde, que nada mais era do que carência afetiva, a menina foi privada de ter contato com outras crianças, sendo alfabetizada pela própria mãe, que veio a falecer deixando Amélie ainda mais solitária no mundo, pois nem mesmo o peixinho dourado da família sobreviveu ao estado nervoso dos Poulain e, deprimido, tentou se matar por diversas vezes.
Mas de certa forma, a morte da mãe representou a libertação de Amélie, que aprendeu aos poucos a apreciar os pequenos prazeres da vida. Na realidade, minúsculos, pois para uma criança privada de qualquer contato humano, as coisas preferidas tornaram-se mergulhar as mãos em sacos de cereal (algo que eu também amo!), quebrar a crosta açucarada do crème brûlée com a colher e atirar pedrinhas na água para vê-las ricochetear.
E, descobrindo a vida, Amélie muda-se do subúrbio para o bairro parisiense de Montmartre, onde começou a trabalhar como garçonete e logo conheceu sua verdadeira vocação: promover a felicidade alheia. E certamente com esse filme a vocação de Amélie está salvaguardada para toda a eternidade.
Se você ainda não assistiu ao filme, assista. E aprenda a olhar o mundo e a sua vida através de outros olhos! Os grandes e apaixonados olhos de Audrey Tatou, que deram vida à Amélie Poulain e, indiretamente, à mim nos dias mais tristes.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia Branco

Quando eu tinha 14 anos, conheci um menino na escola, seu apelido era Naco, e nunca soube seu nome. Na verdade ele era apaixonado por uma colega da minha sala, e todos os dias ele aparecia pra olhar um pouco pra ela, mas ela não dava bola pra ele. Um dia Naco me avistou, então seu olhar mudou de direção e seu coração também. Apaixonou-se por mim. Fiquei lisonjeada, e criei um certo carinho por ele, porém tudo que fazíamos era conversar, eu ainda não havia beijado ninguém e ficava nervosa só de pensar quando ficava a sós com ele. 
Ganhei um cartão dele, um cartão estampado com o Mickey, e lembro bem, o Mickey estava pensativo e com cara de apaixonado. E dentro uma cartinha com coisas bonitinhas escritas e a letra de uma música, era a música de Geraldo Azevedo, Dia branco. O namorico não vingou( e nem o beijei, tadinho, insistiu tanto).
Semanas depois, conheci um outro menino, e por esse sim me apaixonei, e dei meu primeiro beijo de mocinha apaixonada, ele também se apaixonou por mim. E não lembro como, esse menino descobriu minha cartinha de amor, e se roendo de ciúmes, rasgou a carta em mil pedaços. E acreditem, achei lindo, pra mim foi uma demonstração de amor, mas esse história de amor durou pouco, fiquei chupando dedo, e fiquei sem minha cartinha. Sofri viu, ele foi meu primeiro amor e agora ele é parte da minha história, assim como o outro menino, assim como o cartão do Mickey Mouse, assim como Dia branco.  
Dia branco
Geraldo Azevedo
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Comigo, comigo...

terça-feira, 22 de março de 2011

Sem tempo pra postar...mas continuo sempre dando aquela voltinha pelo mundo virtual, e fazendo minhas visitas pelos blogs que mais amo.

Beijo e flores e amores.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Consultório Veterinário de Icoaraci

Médica Veterinária Milena Pires.  CRMV 2040

Endereço: TRavessa Dr Lopo de Castro, Icoaraci, Belém Pará

Telefones: (91) 3247 3439


Propaganda do consultório da minha irmã, hehehehe. Então se seu bichinho de estimação precisar, é só entrar em contato.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Banho de chuva

Mãeeeeeeee, eu posso tomar banho de chuva??? coisas da infância.


Praça Batista Campos, Belém Pa
Não lembro minha idade, mas quando conquistei o direito de andar sozinha no quintal (nessa época minha avó tinha um quintal bem grande, pelo meu olhar de menina) era uma alegria só. Brincava muito com meus primos, meus amiguinhos e minhas irmãs. Mas quando a chuva se anunciava era chato,  pois sabíamos que a brincadeira iria acabar. 


Bem pequenininha minha mãe não me deixava brincar na chuva. Crescida só mais pouquinho, eu já tentava convencer minha mãe, as vezes insistia tanto a ponto de deixa-lá irritada, e minha mãe acabava cedendo. -" Vai menina, vai e para de me perturbar ." E eu feliz da vida ia brincar com as outras crianças.


Quando estávamos brincando de casinha, ou de carrinho (eu brincava com meus primos de carrinho, quando não tinha menina pra brincar de casinha), ou qualquer outra brincadeira no qual a chuva poderia "estragar" a brincadeira, rápido nos transformávamos na Xuxa e nas Paquitas. E dançávamos na chuva e cantávamos na chuva e eramos tão felizes na nossa inocente infância, com toda aquela chuva nos lavando o corpo e nossa pequena alma de anjinhos. 


Então de duas formas nossa( minha) brincadeira acabava:1ª quando a chuva passava e todos molhados e com frio íamos procurar nossas casas ou 2ª quando minha mãe no melhor da brincadeira dizia: - A chuva tá muito grossa, passa pra dentro menina." E eu com a cara franzida de descontentamento tinha que entrar, e deixar a chuva lá fora encharcando o chão e deixando florir...


Aqui em Belém do Pará, a chuva faz parte do nosso cotidiano. Quase todas as tardes temos nossa Chuva das duas. Nossos compromissos são agendados para antes ou depois da chuva. Amo muito...


E já já lá vem elaaaaa....

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Para a Érika, Lídia e Cleice. Futuras mamis.

Vez ou outra Manuelle me pede um biscoito, ou outra "besteira" antes do almoço. E muitas vezes digo NÃO com o gostinho ainda na boca de tal guloseima. Me entendam:


Daqui uma hora sai o almoço. No cenário dominical da sala, tenho sessenta tranquilos minutos para responder alguns emails. Uma inquietude me invade, porém. Conheço-a bem. Danada, ela tem fome de sacarose – na forma de chocolate, de preferência. Costuma exigir de mim atitudes imediatas. Desta vez, a reivindicação era um biscoito recheado. Em troca, ela me daria paz.
No entanto, em uma hora: almoço. Não posso traçar um doce assim, na frente dos pequenos. Atrapalhará a refeição deles. Mas a minha não. E agora? A tarde de outono acena com duas alternativas: por tudo a perder, desfilando com a iguaria e ser impelida a abrir o pacote todo, ou explicar a inquietude e as exceções que se abre na vida, deixando claro que eu posso, mas eles não. A primeira não é nada exemplar. E eles não cairão na conversa mole da segunda. Seria um tal de, a partir de agora, alegar ‘inquietudes’ para tudo.
Pediatras, pedagogos e nutricionistas, principalmente os que não têm filhos, ensinam que devemos ser firmes, consistentes e coerentes na educação da prole. O tempo todo. Sem direito a recaídas. Nada de metamorfoses ambulantes. Não é simples. Dizem que, depois que tem filhos, os pais aprendem a comer direito, porque precisam dar o exemplo. A eles cabe a missão de garantir nutrição adequada, pelo menos, até o final da adolescência. Depois disso, a cria estará livre para administrar seus pratos como quiser. Trocando em miúdos: para fazer exatamente o que os pais faziam, antes de tê-los. Até que estes tenham filhos. É o ciclo da vida.
Mas há uma saída. Talvez não tão ética. Ironicamente infantil: dou início a um secreto plano de ação. Preciso chegar incógnita à cozinha e abrir o armário, sem despertar a curiosidade das crianças. Em seguida, localizar o alvo, apanhá-lo e abri-lo no mais absoluto silêncio. Nessa hora, todo cuidado é pouco; a embalagem plástica do biscoito recheado é traiçoeira. Pode delatar a infração em segundos. E o almoço sai em menos de uma hora.
Meu filho de seis anos adentra a cozinha, sem aviso prévio. Está procurando o gato. Sinto seu olhar inquiridor, quase sou pega com a boca na botija. Trato de disfarçar, Este armário está uma bagunça, vou arrumar um pouco. Ele pega o gato no colo, que lança um miado de protesto. Pudera, fôra interrompido em sua sesta. Protesto ignorado, e lá se vai a única testemunha do meu delito. Ainda bem que gato não fala. Recobro o ar. Agarro cinco biscoitos, escondo-os num guardanapo e volto para a sala. Eu pre-ci-so, entende? Vi-me em uma sessão de terapia com outros dependentes do hidrato de carbono. Placidamente, retomo a leitura dos emails, não sem antes alojá-los atrás dos livros, como um segredo. Minha filha, três anos, pergunta que horas vamos almoçar. Já, já, querida! É meu pecado de hoje. Nada que cinco pais-nossos antes de dormir, um para cada biscoito, não resolvam.
Aproveito os breves instantes de ausência dos pequenos na sala e os devoro, um a um. O recheio de chocolate branco se dissolve na minha boca, junto com a minha consciência. Saciedade e vergonha viram uma massa agridoce, difícil de engolir. A paz prometida não veio. Mas o almoço é daqui a pouco. E eu quero que eles comam a abobrinha.

Pra quem quiser conhecer o blog da Silmara Franco, clica aqui. http://fiodameada.wordpress.com/2010/05/24/segredos-mentiras-e-biscoitos-recheados/#comment-2017

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sem vontade.
Pra escrever,
Pra criar,
Pra trabalhar,
Pra namorar.
Algumas coisas magoam.
Mágoas que facilmente passam,
são esquecidas.
Mas na hora da humilhação, dá um nó,
um engasgo.
Melhor ficar calada. E dormir...

E um dia nem saberei quem me magoou, 
ao ler este post.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Depois de quase dois anos sem trabalhar, na segunda -feira começo. Vou trabalhar com minha irmã, ela é médica veterinária e tem uma clientela muito grande. Alugou um imóvel da minha tia e está montando a sua clinica. Estamos super felizes com o sucesso dela. Vou ficar como auxiliar, uma espécie de Severina, hahahaha.

Sucesso pra gente.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz 2011

2010 não será um ano bom pra ser lembrado. Ainda bem que ele passou.

Que 2011 seja repleto de muita saúde, união, compreensão e amor. Que todas essas "coisinhas" se façam presentes na minha família, estamos precisando disso.

Que Deus abençõe a todos nós e que tenhamos um Feliz 2011.