sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Consultório Veterinário de Icoaraci

Médica Veterinária Milena Pires.  CRMV 2040

Endereço: TRavessa Dr Lopo de Castro, Icoaraci, Belém Pará

Telefones: (91) 3247 3439


Propaganda do consultório da minha irmã, hehehehe. Então se seu bichinho de estimação precisar, é só entrar em contato.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Banho de chuva

Mãeeeeeeee, eu posso tomar banho de chuva??? coisas da infância.


Praça Batista Campos, Belém Pa
Não lembro minha idade, mas quando conquistei o direito de andar sozinha no quintal (nessa época minha avó tinha um quintal bem grande, pelo meu olhar de menina) era uma alegria só. Brincava muito com meus primos, meus amiguinhos e minhas irmãs. Mas quando a chuva se anunciava era chato,  pois sabíamos que a brincadeira iria acabar. 


Bem pequenininha minha mãe não me deixava brincar na chuva. Crescida só mais pouquinho, eu já tentava convencer minha mãe, as vezes insistia tanto a ponto de deixa-lá irritada, e minha mãe acabava cedendo. -" Vai menina, vai e para de me perturbar ." E eu feliz da vida ia brincar com as outras crianças.


Quando estávamos brincando de casinha, ou de carrinho (eu brincava com meus primos de carrinho, quando não tinha menina pra brincar de casinha), ou qualquer outra brincadeira no qual a chuva poderia "estragar" a brincadeira, rápido nos transformávamos na Xuxa e nas Paquitas. E dançávamos na chuva e cantávamos na chuva e eramos tão felizes na nossa inocente infância, com toda aquela chuva nos lavando o corpo e nossa pequena alma de anjinhos. 


Então de duas formas nossa( minha) brincadeira acabava:1ª quando a chuva passava e todos molhados e com frio íamos procurar nossas casas ou 2ª quando minha mãe no melhor da brincadeira dizia: - A chuva tá muito grossa, passa pra dentro menina." E eu com a cara franzida de descontentamento tinha que entrar, e deixar a chuva lá fora encharcando o chão e deixando florir...


Aqui em Belém do Pará, a chuva faz parte do nosso cotidiano. Quase todas as tardes temos nossa Chuva das duas. Nossos compromissos são agendados para antes ou depois da chuva. Amo muito...


E já já lá vem elaaaaa....

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Para a Érika, Lídia e Cleice. Futuras mamis.

Vez ou outra Manuelle me pede um biscoito, ou outra "besteira" antes do almoço. E muitas vezes digo NÃO com o gostinho ainda na boca de tal guloseima. Me entendam:


Daqui uma hora sai o almoço. No cenário dominical da sala, tenho sessenta tranquilos minutos para responder alguns emails. Uma inquietude me invade, porém. Conheço-a bem. Danada, ela tem fome de sacarose – na forma de chocolate, de preferência. Costuma exigir de mim atitudes imediatas. Desta vez, a reivindicação era um biscoito recheado. Em troca, ela me daria paz.
No entanto, em uma hora: almoço. Não posso traçar um doce assim, na frente dos pequenos. Atrapalhará a refeição deles. Mas a minha não. E agora? A tarde de outono acena com duas alternativas: por tudo a perder, desfilando com a iguaria e ser impelida a abrir o pacote todo, ou explicar a inquietude e as exceções que se abre na vida, deixando claro que eu posso, mas eles não. A primeira não é nada exemplar. E eles não cairão na conversa mole da segunda. Seria um tal de, a partir de agora, alegar ‘inquietudes’ para tudo.
Pediatras, pedagogos e nutricionistas, principalmente os que não têm filhos, ensinam que devemos ser firmes, consistentes e coerentes na educação da prole. O tempo todo. Sem direito a recaídas. Nada de metamorfoses ambulantes. Não é simples. Dizem que, depois que tem filhos, os pais aprendem a comer direito, porque precisam dar o exemplo. A eles cabe a missão de garantir nutrição adequada, pelo menos, até o final da adolescência. Depois disso, a cria estará livre para administrar seus pratos como quiser. Trocando em miúdos: para fazer exatamente o que os pais faziam, antes de tê-los. Até que estes tenham filhos. É o ciclo da vida.
Mas há uma saída. Talvez não tão ética. Ironicamente infantil: dou início a um secreto plano de ação. Preciso chegar incógnita à cozinha e abrir o armário, sem despertar a curiosidade das crianças. Em seguida, localizar o alvo, apanhá-lo e abri-lo no mais absoluto silêncio. Nessa hora, todo cuidado é pouco; a embalagem plástica do biscoito recheado é traiçoeira. Pode delatar a infração em segundos. E o almoço sai em menos de uma hora.
Meu filho de seis anos adentra a cozinha, sem aviso prévio. Está procurando o gato. Sinto seu olhar inquiridor, quase sou pega com a boca na botija. Trato de disfarçar, Este armário está uma bagunça, vou arrumar um pouco. Ele pega o gato no colo, que lança um miado de protesto. Pudera, fôra interrompido em sua sesta. Protesto ignorado, e lá se vai a única testemunha do meu delito. Ainda bem que gato não fala. Recobro o ar. Agarro cinco biscoitos, escondo-os num guardanapo e volto para a sala. Eu pre-ci-so, entende? Vi-me em uma sessão de terapia com outros dependentes do hidrato de carbono. Placidamente, retomo a leitura dos emails, não sem antes alojá-los atrás dos livros, como um segredo. Minha filha, três anos, pergunta que horas vamos almoçar. Já, já, querida! É meu pecado de hoje. Nada que cinco pais-nossos antes de dormir, um para cada biscoito, não resolvam.
Aproveito os breves instantes de ausência dos pequenos na sala e os devoro, um a um. O recheio de chocolate branco se dissolve na minha boca, junto com a minha consciência. Saciedade e vergonha viram uma massa agridoce, difícil de engolir. A paz prometida não veio. Mas o almoço é daqui a pouco. E eu quero que eles comam a abobrinha.

Pra quem quiser conhecer o blog da Silmara Franco, clica aqui. http://fiodameada.wordpress.com/2010/05/24/segredos-mentiras-e-biscoitos-recheados/#comment-2017